A
Floresta do contrário (texto 1)
Todas as
florestas existem antes dos homens. Elas estão lá e então o homem chega, vai
destruindo, derruba as árvores, começa a construir prédios, casa, tudo com
muito tijolo e concreto, poluição também
Mas esta
floresta aconteceu o contrário. O que havia era uma cidade dos homens, dessas
bem poluídas, feia, suja, meio neurótica.
Certa
vez, as árvores foram chegando, ocupando novamente o espaço, conseguiram expulsar
toda aquela sujeira e se instalaram no lugar. É o que poderia se chamar de
vingança da natureza, foi assim que terminou o seu relato o amigo beija-flor.
Por isso, ele estava tão feliz, beijocando todas as flores, aliás, um
beija-flor bem assanhado, passava flor por ali ele já sapecava um beijão.
Agora, o
Nan havia entendido porque uma ou outra árvore tinha parede por dentro, ele
achou melhor assim. Algumas árvores chegaram a engolir casas inteiras.
Era um
lugar bonito, gostoso de ficar. Só que Nan não podia, precisava partir sem
demora. Foi se despedir do beija-flor, mas ele já estava namorando, apertando
uma ou outra florzinha, era melhor não atrapalhar.
(
Fragmento do livro: “Em busca do tesouro de Magritte”)
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